Nas últimas semanas não publiquei novas matérias devido a minha viagem enogastronômica na Sicilia, junto com um grupo de amigos (16 ao todo).
Uma viagem que comecei a preparar com todos os detalhes em Novembro do ano passado.
Queria que o grupo conhecesse a ilha olhando por ela através dos meus conhecimentos e dos meus sentidos.
Por isso fizemos a ilha a 360º e visitamos 2 ilhotas paradisíacas, a ilha de Salina no meio do arcipelago das ilhas Eólias, notória pelas suas belezas naturais e por produzir a Malvasia di Lipari e outras coisas maravilhosas como as alcaparras.
Em um outro momento da viagem já ao sul da ilha mais próximo da África fomos visitar a pérola negra do Meditterâneo a encantadora e rústica ilha de Pantelleria, notória por produzir mais um vinho de meditação, o Passito di Pantelleria.
Nesta última ilha tive a sorte e a oportunidade (surpresa) de conhecer um novo produtor que vinifica em ânforas de barro enterradas no chão (terra de tufo), um trabalho altamente árduo de difícil manipulação, um projeto biológico, biodinâmico repleto de segredos da natureza e do mesmo proprietário.
Já que estávamos no território mais complexos em obras gregas, não faltaram as visitas nos templos e teatros espalhados nos recantos da Sicilia.
A minha terra natal sempre me falta fisicamente portanto quando a visito preciso me abastecer de informações, de comidas e vinhos para poder sobreviver até a próxima viagem.
Os aromas que saem das janelas das residências naquela vielas “comum em toda a Itália”, os aromas das plantas nativas mediterrânea, as cores dos prédios, os dialetos, os costumes das pessoas que encontramos no meio da viagem, faz sim que sempre vale a pena voltar para onde fomos criados para nunca perder o nosso fio condutor.
Sempre busco nestas viagens pessoas que se preocupam com a história e tradição do território em sua essência, com sorte como uma bússola sempre com a agulha apontada nos lugares certos tive a oportunidade feliz de encontrar homens e mulheres compromissados em manter viva as origens, algo difícil para os nossos tempos modernos.
Hoje os jovem abandonam as terras (vinhedos e outras culturas) para trabalhos mais rendáveis nas grandes cidades, deixando de dar continuidade as tradições locais, o que é uma grande perda de identidade.
Meu desejo é sempre encontrar pessoas como o Barão Marco Nicolosi (proprietário da Cantina Barone di Villagrande) no Etna, o Sr.Carmelo proprietário da Cantina Baglio Cristo di Campobello em Licata que produz vinhos maravilhosos como Lu Patri, um Nero d’Avola de notável personalidade aromáticas (animal) e gustativa, na ilha de Salina os meus agradecimentos ao Sr. Gaetano que produz uma Malvasia seca super refinada (Bianco del Capitano) e alla famigerada Hauner que nos atendeu em um final de tarde fantástico.
Contínuo os meus agradecimentos as Cantinas Valle dell’Acate e Giotto Bini e de tantas outros que doaram e transferiram os seus preciosos conhecimentos.
Peço desculpas aos demais que não mencionei mas que com certeza contribuíram muito a esta preciosa viagem.
Os meus agradecimentos a todas as pessoas que colaboram para render esses momentos únicos.
Todas estas lembranças estão guardadas no fundo do meu coração, as levarei comigo onde eu for, afinal eu também sou produto da minha terra a soma do passado das minhas experiências e dos meus sonhos.