Caro Leitor, a Sardegna é uma ilha que possui paisagens encantadoras que em nenhum outro lugar da Europa você encontrará. Possui um turismo mais selecionado, menos agressivo, portanto em alguns aspectos mais refinados especialmente no norte da ilha.
Uma ilha que por estar bem no meio do Mediterrâneo, foi ocupada em tempo remotos por várias etnias que viviam ao redor do Mediterrâneo a procura sempre de novas terras a ser exploradas (Fenícios, Cartagineses, Romanos e Espanhóis).
Os vários povos trouxeram para a ilha castas de uvas que com o passar do séculos viraram autóctones. As técnicas de manuseio nos plantios começaram inclusive a modificar o seus comportamentos e suas adaptações a este novo terroir.
Uma ilha de grande dimensão a segunda maior do Mediterrâneo com alterações complexas e alternadas de montanhas e colinas.
Repleta numericamente de castas nativas como a Bovale Sarda, a onipresente Cannonau, Carignano, Girò, Cagnulari, Nieddera e Mônica todas tintas e as brancas Malvasia, Moscato, Nasco, Nuragus, Retagliado, Semidano, Vernaccia di Oristano e a onipresente Vermentino que ao norte da ilha se apresenta talentosamente como a única DOCG de toda a ilha a Vermentino de Gallura.
Exatamente perto a este território mais propício a esta casta branca provei casualmente em uma confraria um vinho a base de Cannonau de um produtor realmente único, pequeno e de conceitos ainda não internacionalizado.
A Sardegna precisa ainda ser apresentada ao mundo, mas a Cantina Dettori e tão preciosa que o mundo tem que ir atrás dela. Sua filosofia de plantios, manuseio e vinificação é de manual de instrução de camponeses, preocupada desde de sempre a fazer vinhos de grande expressão de território e não em agradar “as tendências internacionais”.
O rótulo em questão que provei não é produzido todos os anos e é da casta tinta Cannonau e não passa na madeira mas em ” Vasche-tanque de cimento” e leva o nome de Badde Nigolosu que seria o nome do território onde se encontram os vinhedos na província de Sassari.
Dettori Badde Nigolosu 2012
Cor – Rubi evoluído, límpido e transparente com halo aquoso presente.
Aromas – Imediato é o impacto etéreo conservando as frutas vermelhas adocicada, agraciada de uma forma única.
Sabor – Um vinho que na boca não esquenta (possui 16,5 de álcool). Frutas vermelhas “sotto spirito”, flores “passificadas” com alguns aromas de temperos de cozinha (Sálvia, Menta e Alecrins) são os aromas prevalecentes deste vinho, que é equilibrado, macio e finamente potente.
Provavelmente entre os vinhos tintos melhores que já provei, um vinho para ter 1 caixa guardada em adega.
Um vinho especial da enologia sarda.
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