Assim quanto as outras regiões italianas a Úmbria possui sua gloriosa história do vinho. Os vinhos desta região gozam de vantagens qualitativas decorrentes das características pedoclimáticas das áreas de produção (Pedoclimático é a interação entre a disponibilidade de água no solo e a evapotranspiração. As relações solo, água, planta e atmosfera são diretamente relacionadas com o pedoclima)
Os vinhedos expostos ao sol, possuem uma rede hidrográfica natural que fornece a justa e certa quantidade de humidade, algumas destas áreas são calcárias que favorecem as castas Sangiovese e Sagrantino (casta autoctona da Úmbria) das quais se tem os vinhos mais importantes destinados inclusive ao envelhecimento, enquanto outras áreas de solos marly-tufáceos com sedimentos vulcânicos são mais altas para o cultivo das brancas Greghetto, Chardonnay e Malvasia branca.
Normalmente os vinhos da Úmbria são mais estruturados que vão perfeitamente com a comida típica local camponesa. Ainda que seja uma região pequena, no seu interior podemos distinguir zonas vinícolas com características distintas e pecuniárias. É o caso dos vinhos produzidos na região de Montefalco, pequena e fascinante cidade que é província de Perugia, famosa pelo Sagrantino di Montefalco, um ícone indiscutível da enologia italiana.
Em meus posts anteriores (20 de janeiro de 2020 e agosto 2017) descrevi um pouco da história desta região.
Mais uma vez tive o prazer de provar um produto feito pela vinícola de Arnaldo Caprai, empresa que dispensa apresentações. Eu pessoalmente tenho opinião própria e formada sobre está vinícola, tudo que eles fazem são dignamente bom e de grande personalidade, não fazem os chamados “vinhos de entrada” , mas simplesmente vinhos autênticos, independentemente do valor de cada vinho.
Hoje vou comentar sobre o:
Montefalco Rosso Riserva DOC 2015 – Arnaldo Caprai
Cor – Rubi escuro e denso, quase impenetrável.
Perfume – Notas de pequenas frutas vermelhas com caroço como a cereja junto a marasca, pó de chocolate, iguarias e especiarias.
Sabor – Na boca entra amplo, estruturado e cheio de complexidades de sabores, macio, equilibrado com taninos presentes (da Sagrantino) mas aveludados e lapidado com sabedoria.
Retrogosto amplo e longo com final que remete ao amargor do chocolate amargo.
A sua composição (70% de Sangiovese, 15% Sagrantino e 15% Merlot) o torna verdadeiramente único, já que neste vinho cada casta se exprime sem obscurecer as demais. Realmente este produto é a soma da história tanto da trajetória inovadora do produtor como do território e do contexto local.
Sempre é uma surpresa garantida degustar vinhos desta vinícola.
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