A Cantina Arnaldo Caprai é famosíssima e reconhecida mundialmente por domesticar a super tanica casta Sagrantino e por torná-la indispensável presença nas melhores adegas privadas.
A título de conhecimento ao leitor, está casta era já plantada pelos frades franciscanos a centenas de anos atrás em sua terra natal (Úmbria – cidade de Montefalco) nos arredores dos conventos pois era utilizada para confeccionar vinhos rústicos e pouco agradáveis para celebrar a sagrada missa, por isso vem o nome de Sagrantino, de sagro, algo sagrado.
Uma casta fortemente tanica quase indomável, ela possui 3 vezes mais polifenóis que a notória Cabernet Sauvignon (cerca de 7 gramas por litro).
Devido a está peculiaridade nos anos 60 ela estava quase em exaustão em seu território quase abandonado. Em 1971 com a aquisição de um vinhedo por parte de Arnaldo Caprai, notório comerciante têxtil da região que teve o intuito da grande potencialidade desta casta a Sagrantino volta agora com uma expressão e figura diferente do passado.
O Arnaldo conseguiu extrair, modelar, lapidar e reapresentar algo que nos tempos era “tosco”.
Obviamente junto a ele outras cantinas tomaram as mesmas medidas e rumos em direção ao melhoramento dos vinhos confeccionados com está casta. Nos anos 80 com as mesmas capacidades e paixão ao mundo do vinho a gestão da empresa passa ao filho Marco Caprai que consegue já produzir vinhos únicos, potentes e longevos. Está vinícola é considerada entre as mais bem sucedidas da Itália e realmente por experiências próprias (participei de degustações na Vinitaly) todos os seus vinhos são absurdamente bem elaborados. A Caprai atualmente produz uma vasta gama de produtos inclusive 4 etiquetas de Sagrantino Montefalco, que se diferenciam pelos vinhedos (cru) e pelo tempo de estágio da madeira. O Collepiano, o vinho em questão desta matéria é o que passa menos tempos na madeira (22 meses), eu o provei em dezembro de 2019.
Collepiano Sagrantino di Montefalco DOCG 2014 – Arnaldo Caprai
Cor – Rubi quase impenetrável.
Perfume – Presença clara de amoras selvagens, pimenta, cacau e pequena veia balsâmica.
Sabor – Tanino impecável, acidez decisiva que consegue sustentar está polpa vermelha. Um bom final de boca sem adstringência demasiada (casta tanica).
Um Sagrantino menos opulento que os outros da mesma vinícola, mais fluído, com madeira na medida certa, talvez o Sagrantino mais dado, mais próximo a quem inicia a conhecer está casta. Um vinho que contém exatamente a complexidade e o comportamento da emblemática casta, mas domado com a sabedoria de quem já possui o seu domínio. Com certeza uma etiqueta que respeita a tradição daquela Úmbria tão especial.
Classificação no Blog: IL VINO (considerando a dificuldade da vinificação da casta).
Um vinho excelente é uma casta emblemática
Com certeza mereciam um comentário
Parabéns