Em minha estadia na Itália em 2019 comprei este vinho para presentear um querido amigo português, no mês passado (Junho 2020) o meu amigo me convidou para tomarmos juntos.
A casta Perricone a conheço muito bem pois é uma uva autoctona da Sicília ocidental eixo Trapani, Marsala e Palermo. Talvez a casta mais antiga da ilha muito utilizada como blend na produção do vinho fortificado Marsala Ruby.
Antigamente naquela região esta uva era chamada de Pignatello, pois plantada em terras vermelhas e solo argiloso, solo este que era usado para confeccionar as panelas de barros sicilianas chamada no dialetto local de “Pignata”, por isto a origem do seu nome.
Alguns textos enologicos italianos mencionam que nos anos 50 teve um declínio drástico e pouco interesse no plantio da mesma pois a produção do vinho Marsala estava em crise e os resultados na sua elaboração em varietal nem sempre era satisfatória pois aprensentava dificuldades no processo de vinificação.
Décadas se passaram, melhorias na agricultura deixou à mais moderna junto a vinificação mais precisa e de qualidade isso fez com que a Perricone voltasse a chamar a atenção dos produtores.
Uma casta importantíssima que não poderia desaparecer, pois é um patrimônio enologico siciliano.
Este rótulo é produzido pela discretissima Vinícola Castelluccimiano em Valledolmo (Província de Palermo) em fracionados vinhedos em altitudem que variam entre 700 a 1050 metros ao nível mar, portanto considerada uma viticultura de montanha. A filosofia desta cantina e a preservação do meio ambiente com agricultura biológica natural para proteger a biodiversidade local. Seus vinhedos são pequenos mosaícos naturais encaixados no lado do Parco delle Madonie, um parque, uma cordilheira protegida por possuir plantas e animais de espécies ameaçadas de extinção, um território naturalista protegido.
Esta vinícola produz pouquíssimos rótulos e focaliza em 3 castas (Catarrato, Perricone e Nero d’Avola).
Como de costume segue a descrição deste vinho.
Perricone One Sicília DOC 2017 – Castelluccimiano
Cor – Vermelho escuro, denso.
Perfume – Notas frutadas importantes e bonitas de amoras, ameixas e pétalas de violetas frescas com alternâncias de tabaco fino, alcaçuz e leves lampejos de hortelã.
Sabor – Encorpado e intenso na medida certa, macio e fresco (boa acidez) possui uma textura tanica suave e envolvente com um final de boca bem frutado e notavelmente persistente.
Um vinho que confirmou as espectativas perante a casta e diz a respeito que ainda se produz vinhos de verdades, sinceros e autênticos.
Um vinho que nos satisfez e confirmou nossas expectativas em relação a este rótulo, produzido por uma vinícola pouco conhecida e com um potencial único.
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