Em janeiro de 2020 quando a China revelou ao OMS (Organização Mundial de Saúde) a existência de uma nova doença viral, o mundo ainda não imaginava o que estava por vir. A imprevisibilidade e as incertezas causadas pela rápida disseminação do corona vírus globalmente arrastaram o setor vitivinícola a uma condição nunca vista antes.
Há vários relatos de produtores renomados no começo da pandemia como a de um famoso produtor de Barolo que dizia: “Que não estava recebendo pedidos mesmo de quem não costumava pagar”, parece cômico e irônica esta frase, mas mostra como o mercado do vinho foi atingido em cheio brutalmente. De uma hora para outra as visitas nas cantinas foram canceladas, o turismo internacional parou de existir, parecia ter voltado a 40 anos atrás, quando o turismo enológico ainda não estava organizado, um rebaixamento quase fulminante.
O distanciamento entre a população também tirou a convivência e o compartilhamento que “empurra” o consumo do vinho. Um efeito dominó que desencadeou situações novas a ser gestidas inclusive a queda livre das vendas de vinhos nas primeiras semanas que inchou demais os estoque das vinícolas diminuindo inclusive o valor comercial de alguns vinhos famigerados. Com os Lockdown vieram algumas tendências/novidades, as pessoas ficaram ligadas nas formas alternativas de entretenimento, assim muitas vinícolas e profissionais da área começaram incrementando e realizando lives, uma forma de manter ou construir novos contatos e fomentar interesse e conhecimento no mundo do vinho.
Do começo da crise até hoje algumas coisas ficaram claras por parte dos produtores, o que se tornou orgulho e uma conquista, o seja ter conseguido entrar nas cartas de vinhos de restaurantes de todo o mundo, está se revelando uma grande fraqueza, pois como é notório o segmento dos restaurantes foi o primeiro a ser atingido.
Na Itália assim como em outras partes do mundo, os vinhos de alta qualidade são vendidos por mais de 70% nos canais de restaurantes, Wines Bar e Enotecas, para os mercados externos como o Brasil está porcentagem é um pouco menor.
Definitivamente os números são claros, no Brasil a pandemia trouxe o abito de consumir mais vinhos, enquanto em outros países (China incluso) caiu o consumo. Os e-commerce cresceram muito tanto aqui quanto lá fora, mas por aqui o consumidor adquiri produtos de média ou baixa qualidade. Devido as paralisações das importações por causa da pandemia e com a super valorização das moedas estrangeiras em 2020 (dólar e euro) o consumidor brasileiro teve mais interesse pelos vinhos nacionais que se aproveitaram da oportunidade para inflacionar/aumentarem ao meu ver os preços.
No Brasil assim como no exterior a pandemia trouxe mudanças que nunca voltaram para trás, justamente algumas empresas especializadas na comercialização e distribuição de vinhos já visualizaram algumas macro-tendências entre elas o aumento das taxas sobre vinhos pelos governos para solucionar em parte os problemas financeiros desencadeados pela mesma, o aumento dos preços, será, no entanto mitigado pelo tamanho do estoque.
Sem ameaçar a garrafa de vidro, novos formatos e novas embalagem alternativas virão como bag in-box e latas. Haverá entanto um desejo de direcionar melhor os gastos com produtos mais interessantes.
Os produtores estarão mais relacionados e mais próximos dos consumidores finais graças ao uso de tecnologias, enquanto o setor do enoturismo terão dificuldades (especialmente nos países com regras mais rígidas) para retomar.
A pressão e as exigências do consumidor no canal de e-commerce levará as operadoras desse mercado a se aprimorarem cada vez mais, o canal será redesenhado e adaptado, à mudança em curso e as entregas serão mais rápidas.
Enfim a pandemia assim como comentando antes trouxe um “distanciamento” entre os produtores e o importantíssimo canal HO.RE.CA. (Distribuição HOtel, REstaurante e CAtering) mas a tecnologia servirá como instrumento para uma retomada, recuperação das conquistas de posicionamento e vendas. Mesmo nos adaptando as mudanças tecnológicas, o meu desejo é que possamos voltar em breve a compartilhar e condividir as experiências presencialmente entre familiares e amigos, pois poucas bebidas no mundo conseguem socializar como o VINHO, quando isto voltar a ocorrer, saberemos que o pior passou.
SAÚDE A TODOS!!!
Muito oportuna e importante a colocação. Somente o tempo dirá como ficará o mercado apos a pandemia. Mas os melhores vinhos ficam ainda melhores com o tempo e uma boa companhia para saborea-lo
Vamos torcer !!
Muito bem colocado! Vamos saber com o tempo o que virá a ocorrer. Porem acredito que como um bom vinho , o tempo nos será favorável e em breve teremos nosso convívio bem enturmado com nossos vinhos
Perfeito o teu comentário e para ilustrar bem tivemos recentemente uma das maiores importadoras de vinho e que trabalha no B2b adquirir um grande empresa com experiência em B2C. E sem dúvida não vejo a hora de poder socializar algumas garrafas de vinho.
As mudanças acontecem em tempos normais, imagina em época especiais que precisam de uma tomada de decisão ou iniciativa. Grato por seguir meu blog e por ter deixado o seu comentário. Grande abraço!!!!